Banc rios fortalecem greve no Sudeste

SÃO PAULO

Em São Paulo, segundo levantamento realizado pelo Sindicato até as 13h, cerca de 35 mil bancários paralisaram suas atividades em 416 locais de trabalho entre agências e centros administrativos. Funcionários de importantes centros administrativos e tecnológicos também aderiram à greve, a exemplo do Centro Tecnológico e Operacional do Itaú (CTO) e o Centro Administrativo do Unibanco (CAU). Pela manhã, o Bradesco Alphaville também parou.

O Unibanco inovou na luta contra os direitos trabalhistas. Resolveu presentear funcionários e a população com uma gravação em frente ao prédio da praça do Patriarca, dizendo: “Reconhecemos o direito de greve, para aqueles que desejarem trabalhar o prédio está liberado”. A gravação é reproduzida incessantemente com vários e potentes alto-falantes. Apesar do abuso, os bancários do Unibanco se mantêm firmes e não entram no prédio.

 

No Itaú, durou até pouco mais de meio-dia a paralisação dos trabalhadores do Centro Técnico Operacional neste quinto dia de greve dos bancários. O banco acionou novamente a Polícia Militar, que não levou em consideração a liminar obtida pelo Sindicato na última sexta (garantindo o exercício do direito de greve) e, muito menos, a vontade dos funcionários, que em momento algum mostrou disposição de furar o movimento da categoria.

Além da capital, no Estado de São Paulo estão parados os bancários do ABC, Andradina, Araçatuba, Araraquara, Assis, Barretos, Bauru, Campinas, Franca, Guarulhos, Jundiaí, Limeira, Marília, Mogi das Cruzes, Piracicaba, Presidente Prudente, Ribeirão Preto, Rio Claro, Santos, São José dos Campos, São José do Rio Preto, Sorocaba, Taubaté e Tupã.

 

No ABC, houve um pequeno refluxo na paralisação, mas o movimento continua forte. Cerca de 120 agências estão fechadas hoje e 2.900 trabalhadores parados. Na Caixa Federal, a paralisação continua grande.

 

Em Campinas, a greve vem crescendo. O Sindicato ainda não fechou o balanço de hoje, mas na sexta-feira já era 155 agências paradas. No primeiro dia da greve 89 agências paralisaram as atividades. Na região, parte das agências de Valinhos, Sumaré, Hortolândia, Pedreira, Jaguariúna e Socorro aderiram ao movimento. O sindicato conseguiu na Justiça, através do juiz Flávio Gaspar Salles da 6ª Vara do Trabalho, liminar que garante o direito de greve em toda base do sindicato.

 

Em Santos, o Sindicato promove hoje, a partir das 16h, na Praça Mauá, Ato contra a repressão da Polícia da Militar e a concessão de liminares pela justiça de São Paulo, que favorecem os banqueiros na greve e cobram multas do Sindicato caso os diretores exerçam seu direito de manifestação na porta das agências. O ato contará com banda, fogos, carro de som e cartas abertas denunciando as arbitrariedades.

 

Em Bauru, a greve parou 15 das 44 agências bancárias da cidade. Na região, pararam os bancários de Agudos, Lençóis Paulista e Santa Cruz do Rio Pardo.

 

RIO DE JANEIRO

Os bancários do Rio de Janeiro realizam hoje uma passeata na Avenida Rio Branco, Centro da Cidade. Os trabalhadores vão se concentrar na Candelária, às 16h30, e seguem em direção à Galeria dos Empregados do Comércio (nº 120), onde realizam nova assembléia de avaliação da greve nacional.

 

Além do Rio de Janeiro, estão parados no Estado os bancários de Angra dos Reis, Baixada Fluminense, Campos, Itaperuna, Macaé, Niterói, Nova Friburgo, Petrópolis, Sul Fluminense, Teresópolis e Três Rios.

 

O Sindicato de Nova Friburgo conseguiu derrubar uma liminar da justiça do trabalho que cominava multa de R$10 mil por hora de funcionamento no Bradesco, um caso inédito. Por outro lado a entidade conseguiu duas liminares, também da justiça trabalhista, que abrangem toda a base territorial. As duas liminares garantem aos bancários o livre exercício de greve garantido constitucionalmente. Ficou determinado também que a entidade pode utilizar de todos os meios pacíficos e os aparatos necessários para garantir a adesão ao movimento grevista. Os bancos de toda a base deverão respeitar as decisões proferidas pelos juizes sob pena de pagarem multa de R$10 mil por descumprimento.

 

Em Campos, gestores das agências bancárias estão coagindo os empregados a furarem a greve. Em Niterói, o Bradesco conseguiu na Justiça um interdito proibitório obrigando a abertura da agência principal na Avenida Amaral Peixoto. O sindicato está tentando reverter a situação na Justiça e promoveu um bem-humorado protesto na frente da agência: um caixão com coroa de flores e a faixa "Aqui jaz o respeito do Bradesco por você – Este banco quer levar para o caixão os R$ 3 bilhões de lucro do primeiro semestre, sem melhorar o atendimento". Uma banda de música tocou a marcha fúnebre quase o tempo todo. A reação de clientes e usuários foi excelente, até com depoimentos espontâneos de apoio e contando casos de desrespeito do banco.

 

MINAS GERAIS

Chegando ao seu quinto dia nesta segunda-feira, a greve dos bancários ampliou o número de agências e departamentos parados total ou parcialmente em Belo Horizonte. Subiu para 127 o número unidades de trabalho que paralisaram suas atividades. O Sindicato recebeu denúncias de que o Banco do Brasil está pressionando os bancários a não aderirem à greve da categoria. Em alguns setores, o banco chegou ao absurdo de impedir os bancários de irem ao banheiro e de atender o celular, para não entrar em contato com outros colegas de trabalho que já estão parados.

 

Além da Capital, a paralisação atinge também as cidades de Betim, Ibirité, Caeté, Contagem, Lagoa Santa, Ouro Branco, Ouro Preto, Sabará, Santa Luzia, Sete Lagoas, Pedro Leopoldo, Pará de Minas e Vespasiano. Em Juiz de Fora, estão fechadas as agências do Banco do Brasil, da Caixa, do Unibanco, Itaú e ABN. No domingo, os bancários da cidade realizaram a A XI Corrida da Primavera.

 

Em Teófilo Otoni, estão paradas todas as agências do BB, da Caixa, do ABN/Real, do Itaú e quase todas do Bradesco. No HSBC a paralisação foi até as 13h.

 

ESPÍRITO SANTO

O Sindicato dos Bancários conseguiu na tarde desta sexta-feira, 6, uma liminar da Justiça do Trabalho garantindo o direito de greve no Banestes. De acordo com a juíza Germana de Morelo, da 14ª Vara do Trabalho de Vitória, “não garantir o livre exercício do direito de greve implica em retirar de toda a categoria a possibilidade de conseguir melhores condições de trabalho, mormente, ante o natural medo daqueles que não possuem estabilidade ou garantia de emprego”.

 

Dentre outras determinações, a juíza proibiu o Banestes de utilizar qualquer de seus empregados ou prepostos para dissuadir a participação dos bancários no movimento. O banco também não pode impedir que os grevistas utilizem panfletos, fixem faixas, usem recurso sonoro, palavras de ordem, e outros instrumentos “necessários ao convencimento e conscientização dos trabalhadores”.

 

O Sindicato entrou com outras ações civis públicas também contra outros bancos para garantir o direito de greve. A entidade aguarda a concessão das liminares.

 

A greve dos bancários no Espírito Santo fechou 149 agências e cinco prédios administrativos nesta segunda-feira.

 

Fonte: Sindicatos

   

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