Bancário Eficiente, projeto inédito de acessibilidade, entra na sua terceira fase

Autonomia talvez seja uma palavra irrelevante para muitas pessoas. Andar pelas ruas, utilizar o transporte público, ter acesso a livros ou até mesmo abrir uma conta corrente faz parte da rotina dos brasileiros, mas não é tão simples assim para todos. A falta de acessibilidade e inclusão das cidades e estabelecimentos faz com que as pessoas com deficiência, que compõem 24% da população brasileira, não consigam realizar com independência serviços que deveriam ser inclusivos por direito.

Em Piracicaba, por exemplo, nenhuma das 67 agências bancárias atende todos os critérios de acessibilidade, mesmo a inclusão da pessoa com deficiência sendo Lei. O mapeamento foi realizado pelo projeto Bancário Eficiente do SindBan (Sindicato dos Bancários de Piracicaba e Região), que entrou na sua terceira fase na manhã de sexta-feira (12). O estudo inédito, realizado no início de 2016, visitou e encaminhou as mudanças necessárias para cada agência e agora vai fiscalizar as reformas e adaptações realizadas nas instituições.

No primeiro dia de atividades, a diretora e secretária de Assuntos da Pessoa com Deficiência do SindBan, Letícia Françoso, visitou a agência da Alfa Financiadora e três unidades do Banco do Brasil. Segundo a dirigente sindical, a financiadora realizou grandes melhorias, já o Banco do Brasil é um dos piores bancos para o atendimento da pessoa com deficiência. “A Alfa realizou uma reforma e agora está atendendo praticamente todos os requisitos, é preciso ainda mais uma funcionária que fale a linguagem de sinais, placas de identificação em braile e a abertura de conta em braile. Já as três agências do BB que visitamos, não adaptaram quase nada”, comentou.

Segundo o Gerente Geral Operacional da Alfa, Eduardo Santos, as melhorias foram propostas ao banco após a visita do Sindicato. “Fizemos uma ampla reforma, adaptamos os espaços para que um cadeirante possa percorrer pela agência, melhoramos o banheiro para pessoa com deficiência, colocamos piso tátil e qualificamos uma profissional para a linguem de sinais. Alguns detalhes ainda não foram acertados por conta de estarmos esperando o material, já que a reforma ainda não chegou ao fim”, comentou.

Apesar do apontamento para as melhorias, nenhuma das três agências do Banco do Brasil apresentaram mudanças significativas. Na unidade do Piracicamirim, por exemplo, para ter atendimento no caixa é necessário subir uma escada. Segundo a bancária Yvone Moretti, apesar da estrutura do prédio, nenhum cadeirante ou pessoa com mobilidade reduzida deixou de ser atendido. “Não deixamos ninguém sair sem atendimento, quando um cliente com deficiência vem até a agência, pedimos para que o caixa desça atender. Vamos solicitar, novamente, para que o Banco atenda nossas sugestões e faremos o que for do nosso alcance”, comentou.

A falta de piso tátil, caixa eletrônico não rebaixado, não diferenciação de envelope para depósito, função de áudio nas senhas quebradas, nos postos de retirada de senha e nos caixas eletrônicos, profissionais que não dominam a linguagem de sinais e falta de contrato em braile são os problemas mais enfrentados pelas pessoas com deficiência. Segundo a sindicalista, o principal objetivo do bancário é fazer com que a inclusão seja respeitada e que as pessoas com deficiência tenham acesso e acessibilidade em todos os locais da sociedade.

“A acessibilidade é um direito não só do cliente com deficiência, mas também do bancário PCD, que precisa ter um ambiente de trabalho adaptado e adequado para ele realizar suas funções. Nós só transformamos o mundo em um local igualitário com inclusão. As pessoas com deficiência precisam ter autonomia e independência, é por isso que o Bancário Eficiente é tão

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