Bancários de BH e Região vão às ruas contra reforma trabalhista e da previdência

Nesta sexta-feira, 10 de novembro, Dia Nacional de Paralisação, bancárias e bancários foram às ruas e somaram forças a outras categorias contra a reforma Trabalhista e da Previdência (PEC 287), do governo ilegítimo de Temer.

A nova legislação trabalhista pretende acabar com os empregos e tornar ainda mais precários os que se mantiverem. Ela é fruto do golpe e veio para tirar os direitos dos trabalhadores. A “reforma” trabalhista encaminhada por Temer e aprovada pelo Congresso Nacional alterou mais de 100 itens da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). Entre as mudanças, estão negociações individuais entre patrões e empregados, sem a presença do sindicato, para assinar acordos de demissão, jornada de trabalho, banco de horas, parcelamento de férias e intervalos para amamentação. Outra novidade é a legalização do contrato de trabalho sem vínculo, sem direitos e garantias, chamado de trabalho intermitente. O trabalhador só trabalha quando for chamado pelo patrão, e recebe de acordo com as horas de serviço prestadas. Não há garantia nenhuma de que será chamado a trabalhar.

Rejeição

A nova legislação trabalhista, que entra em vigor a partir deste sábado (11), tem a desaprovação de 81% dos brasileiros. A ampla maioria, 67%, considera que a “reforma” só é boa para os patrões e outros 15%, que não é boa para ninguém. Os números foram levantados por pelo instituto Vox Populi a pedido da CUT, em pesquisa realizada entre 27 e 31 de outubro. Apenas 6% aprovam as mudanças contidas na Lei 13.467, 5% não aprovam nem desaprovam e 8% não sabem ou não responderam.

O maior índice de rejeição encontrado na pesquisa CUT/Vox foi registrado no Sudeste (89,%). No Nordeste, a rejeição às mudanças é de 81%; no Centro-Oeste/Norte, 78%; e, no Sul, 60%. “Quanto mais se informam sobre a reforma, mais os trabalhadores rejeitam as mudanças na CLT que o empresariado mais conservador e ganancioso mandou Temer encaminhar para aprovação no Congresso”, diz o presidente da CUT, Vagner Freitas. “A lei legaliza o bico, dá segurança jurídica para os maus empresários explorarem trabalhadores.”

A nova rodada da pesquisa CUT-VOX foi realizada em 118 municípios. Foram entrevistadas 2 mil pessoas com mais de 16 anos de idade, residentes em áreas urbanas e rurais, de todos os estados e do Distrito Federal, em capitais, regiões metropolitanas e no interior, em todos os segmentos sociais e econômicos. A margem de erro é de 2,2%, estimada em um intervalo de confiança de 95%.

Para a presidenta do Sindicato, Eliana Brasil, que só a mobilização popular poderá reverter os graves retrocessos impostos pela reforma aprovada no Congresso. “Em total desrespeito a conquistas históricas dos trabalhadores, parlamentares comprometidos com as grandes empresas aprovaram um verdadeiro desmonte da legislação trabalhista brasileira. Essa nova legislação que entra em vigor a partir deste sábado, 11 de novembro vai destruir importantes direitos e enfraquecer a organização dos trabalhadores, além de dificultar o acesso à Justiça do Trabalho. Por isso, vamos continuar nossa campanha para colher assinaturas em apoio a um projeto de lei de iniciativa popular que anule os efeitos da “reforma”. Não podemos aceitar este grave ataque as nossas conquistas e, por isso, continuamos nas ruas em busca da anulação da reforma trabalhista”, afirmou.

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