Bancários de Jundiaí fazem mobilização pelo fim do assédio moral no Bradesco

De maneira lúdica, o Sindicato dos Bancários de Jundiaí e Região promoveu, na manhã desta sexta-feira (24), uma mobilização contra o assédio moral que já vem de longo tempo sendo praticado pelo gerente regional do banco Bradesco da região central da cidade. A atividade aconteceu no calçadão da rua Barão de Jundiaí.

A ação de luta contra o assédio moral e por mais contratações teve clima de carnaval, com som, decoração e pipoca. Tudo para chamar a atenção de todos que por ali passavam em relação ao grave cenário atual.

“O banco ano a ano tem lucros exorbitantes. Em 2016 a instituição lucrou R$ 17 bilhões. Mesmo assim, demitiu muitos funcionários, fazendo com que as agências ficassem sobrecarregadas de trabalho, comprometendo o atendimento e acarretando transtornos mentais nos bancários. As metas sempre foram exorbitantes, mas como se não bastasse, o gerente regional maltrata e desqualifica os funcionários, tornando o clima insuportável em toda a região”, afirmou o presidente do Sindicato, Douglas Yamagata.

De acordo com o secretário de Imprensa da Contraf-CUT, Gerson Pereira, o gerente regional de Jundiaí já é figura conhecida no meio sindical, por onde passou deixou sua marca registrada. “A história é sempre a mesma, muita pressão, acabando em demissões e adoecimento de bancários e bancárias. Não podemos mais permitir tais atrocidades e vamos conversar com o banco, além de tomar todas as providências pedindo ajuda à nossa Federação e Confederação. Vale lembrar que o banco está na contramão da cláusula de assédio moral da nossa Convenção Coletiva de Trabalho”, destacou.

Contra as atrocidades cometidas pelo gerente regional da agência, que continua impondo metas abusivas, gerando um clima de terror entre os funcionários, os dirigentes sindicais também reforçaram ao público os problemas atuais enfrentados. “Hoje temos aqui uma campanha lúdica, com músicos cantando ao vivo e também palhaços. É essencial o Bradesco e sua gerência regional tomarem consciência. Todos precisam saber o que está ocorrendo”, enfatizou o diretor do Sindicato, Paulo Malerba.

Pelo fim dos problemas psicológicos

O Sindicato exige mais contratações e o fim do assédio moral nas agências do Bradesco da região de Jundiaí, onde os funcionários, por conta dessa pressão, adoecem e enfrentam muitos problemas psicológicos.

Mesmo após diversas denúncias de assédio moral, humilhação e adoecimento de bancários por conta de tanta pressão, a gerência regional do Bradesco continua causando transtornos. O Sindicato recebeu várias denúncias porque o gestor estava cortando férias dos funcionários para atingir as próprias metas e ganhar uma viagem.

Segundo o diretor de Comunicação do Sindicato, Antonio Cortezani essas atitudes adoecem os bancários e, no final das contas, acabam trazendo resultados negativos para o banco. “Esse gestor acha que está arrebentando ao bater metas dessa forma, mas demonstra não ter a mínima ética e capacidade de liderança”.

O Assédio mata – O abuso em dados

Segundo pesquisas realizadas pelo Instituto Defesa da Classe Trabalhadora (Declatra), o estresse e a depressão são as doenças que mais atingem os bancários. As funcionárias mulheres são as que mais sofrem: dos trabalhadores que deixaram o banco acusando problemas de saúde, 62% são mulheres. Elas também representam 59% dos casos de assédio por danos morais.

Os fatos mais assustadores são sobre mortes e suicídios. Entre 2006 e 2013, houveram 7.074 mortes de bancários no Brasil. A principal causa de morte, de acordo com dados do Ministério da Saúde, foi o infarto.

Outro dado que chamou a atenção dos pesquisadores é o fato de que, dos trabalhadores que citaram problemas de saúde em decorrência do trabalho, a maioria não tinha histórico de afastamento por doenças, fruto do medo de iniciar o tratamento e ser demitido pelo Banco.

 

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