Bancários de MS aprovam propostas regionais para 20ª Conferência Nacional

Após dois dias de debate, os bancários de Mato Grosso do Sul aprovaram as propostas que serão encaminhadas à 20ª Conferência Nacional dos Bancários, que acontece em junho. A votação do sábado (19) marcou o encerramento do VII Encontro Estadual dos Bancários (EEBAN) de Mato Grosso do Sul, realizado pelos sindicatos dos bancários de Campo Grande e de Dourados.

Entre as propostas aprovadas estão:
– Defesa da CCT e manutenção de direitos;
– Defesa da Mesa Única de negociações;
– Proibir as demissões em massa;
– Defesa dos bancos públicos;
– Defender as Eleições 2018 como estratégicas para os trabalhadores;
– Conclamar o voto nos candidatos comprometidos com a plataforma/pauta da categoria;
– Manutenção das homologações nos sindicatos;
– Reajuste com ganho real.

A 20ª Conferência Nacional dos Bancários acontece de 8 a 10 de junho, em São Paulo, e vai definir a pauta de reivindicações que vai compor a Campanha Nacional dos Bancários 2018.

“Aprofundamos os conhecimentos sobre como enfrentar essa difícil tarefa que é manter a CCT e mostrar para o bancário que a situação mudou. Hoje, só vamos conquistar alguma coisa se houver uma unidade. O trabalhador precisa entender que as conquistas dependem muito mais dele do que do sindicato”, pontou a secretária de Finanças do Sindicato dos Bancários de Campo Grande (Seeb/Campo Grande), Neide Rodrigues.

O presidente do Seeb/Campo Grande, Edvaldo Barros, também ressaltou a união dos bancários e lembra que, em ano de eleição, a categoria precisa estar atenta para a escolha dos parlamentares. “O principal agora é a mobilização da nossa categoria, precisamos disso porque a reforma trabalhista ameaça o nosso acordo coletivo. E um dos pontos que discutimos bastante é a eleição desse ano, tanto para manter nossos direitos como também tentar reverter essa reforma trabalhista que realmente prejudica todos os trabalhadores”, avaliou.

O presidente da Federação dos Trabalhadores em Empresas de Crédito do Centro Norte (Fetec-CUT/CN), Cleiton dos Santos Silva, destacou a participação da categoria nos dois dias de encontro. “Nos anima ver um grupo expressivo de trabalhadores reunidos, debatendo, aprofundando o conhecimento dos impactos da reforma trabalhista, dos avanços tecnológicos que impactam o modelo de trabalho que nós temos. Isso nos enche de esperança e de vontade, na certeza de que estamos no caminho certo dialogando com a base e construindo a luta a partir da participação da base”.

Pesquisa
A avaliação das propostas considerou levantamentos da consulta feita aos bancários da base regional dos Sindicatos dos Bancários de Campo Grande e de Dourados.

A pesquisa mostra os anseios da categoria, como: a expectativa de reajuste com ganho real e a manutenção de direitos; compreensão do cenário político e econômico diante da preocupação com as terceirizações e a garantia de emprego; e disposição para participação nas atividades do sindicato para campanha deste ano.

Delegados
Também foram eleitos os delegados que vão representar os bancários de Mato Grosso do Sul na 20ª Conferência Nacional dos Bancários.

Delegado Nato: Edvaldo Franco Barros
Delegados Titulares: Neide Maria Rodrigues, Leila Cristina de Almeida, Orlando de Almeida Filho, Jadir Fragas Garcia, Ronaldo Ferreira Ramos e Ivanilde dos Santos Fidelis.
Delegados Suplentes: José dos Santos Brito, Patrícia da Silva Soares Bilac, Lucélia Aparecida Soares, Carlos Longo, Juliana Junqueira Franco Marrelli.

Na ocasião, foi realizada ainda a eleição dos delegados que vão para o 34º Congresso Nacional dos Empregados da Caixa Econômica Federal, que será realizado em São Paulo, nos dias 7 e 8 de junho. São eles: Jadir Fragas Garcia, Edson Claudio Rigoni e Maira Martins de Oliveira. Serão indicados ainda outros dois delegados, um representante dos aposentados e outro da Agecef (Associação dos Gerentes da Caixa Econômica Federal).

Também foram eleitos Rubens Jorge Alencar, Luciana Rodrigues e Carlos Longo como representantes de Mato Grosso do Sul no 29º Congresso Nacional dos Funcionários do Banco do Brasil, que também acontece nos dias 7 e 8 de junho.

Campanha Nacional 2018
Após os dois dias de palestras e debates durante o VII EEBAN, os dirigentes sindicais concluíram que a participação da categoria será o grande diferencial da Campanha deste ano. “Esse encontro trouxe palestras e embasamento para que a gente possa agora esclarecer a base, e assim o bancário venha somar forças, só vamos conseguir fazer alguma coisa com união nesse momento”, avaliou o secretário de Imprensa e Comunicação do Seeb-CG, Rubens Alencar.

“Estamos apreensivos, mas também animados para garantir nossos direitos. A categoria vai lutar para que esses direitos sejam garantidos e, conforme as pesquisas que fizemos, está disposta a se somar com os sindicatos”, acrescentou o presidente do Seeb de Dourados, Ronaldo Ferreira.

“Será uma campanha salarial diferente por causa do novo cenário, a categoria bancária a nível nacional vem encolhendo, os bancos públicos estão sofrendo grave ameaça provocada, principalmente, por uma política de governo de encolhimento dos bancos públicos para benefício dos bancos privados. Por isso, é importante que os bancários venham nas suas bases sindicais, que acompanhem as entidades sindicais. Se a categoria não tiver mobilizada, a gente corre um grande risco de retirada de direitos”, analisou o secretário de Esportes e Lazer do Seeb-CG, Jadir Fragas Garcia, que é funcionário da Caixa.

Palestras
No primeiro dia do VII EEBAN, foi realizada a palestra “Análises das conjunturas política e econômica”, com a doutora em Ciência Política, Regina Camargos. Regina apontou os múltiplos desafios da categoria bancária na campanha salarial deste ano, com as reestruturações nos bancos, os ataques aos bancos públicos, a conjuntura política e econômica do país, a reforma trabalhista e a mudança do coordenador da mesa de negociação da Fenaban, depois de 20 anos. A doutora em Ciência Política acredita que, a partir de agora, os bancários terão uma dieta de direitos.

Já no segundo dia de encontro, foram realizados três painéis. O primeiro foi com o presidente da Fetec-CU/CN, Cleiton dos Santos Silva, que mostrou dados que nortearam o debate sobre o sistema financeiro. Apresentando o resultado dos balanços dos quatro maiores bancos do Brasil (Banco do Brasil, Itaú, Bradesco e Santander), o presidente mostrou que 54.200 postos de trabalho foram fechados desde 2012. Segundo Cleiton, é preciso pensar em soluções para a triste realidade dos bancários, que estão perdendo cada vez mais empregos enquanto os bancos não param de lucrar.

Também na manhã do segundo dia de encontro, a economista e supervisora técnica do Dieese em MS, Andreia Ferreira, apresentou a palestra que abordava o "Futuro do Trabalho Frente aos Avanços Tecnológicos". De acordo com a palestrante, as reestruturações dos bancos e contas digitais têm impactado diretamente os bancários com enxugamento de profissionais dentro das agências. Para ela, a mobilização sindical é muito importante em um país que também está passando por situações críticas nas áreas econômicas e políticas.

O advogado Paulo Roberto, do escritório LBS, que representa o Seeb/Campo Grande, discorreu sobre os impactos da reforma trabalhista na CCT dos bancários e os novos desafios para a Campanha Nacional dos Bancários 2018. Os bancários estão sendo diretamente afetados com o aumento da terceirização, precarização do serviço e retirada de direitos. Foi discutido, ainda, questões como terceirização, negociado sobre o legislado, precarização dos contratos e homologação fora dos sindicatos.

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