Bancários definem planos de luta da categoria

A 19ª Conferência Nacional dos Bancários aprovou o plano de lutas, estratégias e resistência para a Campanha Nacional em Defesa do Emprego e dos Direitos 2017. São ações em defesa do emprego e dos direitos, dos bancos públicos, da democracia, do movimento sindical e para as mesas temáticas de Saúde do Trabalhador, Igualdade de Oportunidades, Segurança Bancária e de Acompanhamento da Cláusula de Prevenção de Conflitos. A conferência contou com 603 delegados, 64,5% homens e 35,5% mulheres.

"Tiramos uma estratégia de enfrentamento aos ataques e em defesa dos direitos e dos empregos, outra para as quatro mesas temáticas e também planos de ação e de luta em relação aos ataques que estão sendo aplicados contra o movimento sindical e de lutas gerais, como a defesa da democracia, e dos bancos públicos, que não se trata de uma luta corporativista, em defesa do emprego apenas. A defesa dos bancos públicos é uma ação cidadã. Estamos na defesa do banco público enquanto entidade necessária para a retomada do desenvolvimento sustentável e inclusivo da sociedade toda de maneira geral", disse Roberto von der Osten, presidente da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT) e coordenador do Comando Nacional dos Bancários.

Ivone Silva, presidenta do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região e coordenadora do Comando Nacional dos Bancários, destacou que as estratégias e ações tiradas na conferência vão ajudar a categoria no combate às mudanças na legislação que prejudicam os trabalhadores. "São rumos de ação para não deixarmos que a terceirização desmantele a categoria e para que não haja trabalho em jornadas exaustivas. Vamos continuar defendendo que, quem trabalha em banco, bancário é", disse Ivone Silva.

Qualidade dos painéis
O presidente da Contraf-CUT destacou também as contribuições trazidas pelos palestrantes. "Tivemos painéis de muita qualidade que contribuíram com nossas reflexões e a definições de nossas estratégias e ações", afirmou.

Juvandia Moreira, vice-presidenta da Contraf-CUT, também destacou a importância das mesas de reflexões. "Elas ajudaram não apenas para a reflexão mas para a formação de dirigentes e de bancários de base que estão presentes. Nos trouxeram indicadores de como podemos enfrentar os ataques aos direitos e como enfrentar as consequências do avanço da tecnologia", disse a dirigente. "São questões que não cabem apenas à categoria bancária, mas vamos novamente assumir a ponta e colocar esse debate à sociedade toda", completou a vice-presidenta da Contraf-CUT.

Para Juvandia, o avanço tecnológico tem que ter uma regulação para não colocar a sociedade em risco. "Por exemplo, as fintechs, se não tiverem regulação podem gerar uma bolha e um risco sistêmico, como já aconteceu nos Estados Unidos com a falta de regulação do mercado financeiro", lembrou.

Moções
A 19ª Conferência Nacional dos Bancários aprovou ainda moções contra o governo e suas atitudes golpistas. Uma delas é a moção de repúdio a reforma trabalhista, sancionada pelo presidente Michel Temer, na qual a classe trabalhadora e seus legítimos representantes – sindicatos e centrais sindicais – foram desconsiderados na discussão. Com isso, o processo atende apenas os interesses dos empresários e o desejo de reduzir custos e aumentar os lucros, além de gerar um enorme retrocesso no país.

No Senado, as senadoras Fátima Bezerra, Gleisi Hoffmann, Vanessa Grazziotin, Lídice da Mata e Regina Souza representaram os trabalhadores contra a aprovação do projeto e enfrentaram as manobras conduzidas pelo Senado. Em apoio e solidariedade às essas mulheres de luta outra moção foi apresentada.

Em Repúdio ao Banco Mercantil do Brasil. A moção foi criada para combater as práticas do banco, que já fechou agências em diversas cidades do país e demitiu centenas de funcionários, inclusive dirigentes sindicais. Para os bancários, essa atitude revela o ataque a liberdade e organização sindical.

Os trabalhadores também são contra as tentativas dos governos Sartori e Temer, ambos do PMDB, de privatizar o Banrisul, Badesul e BRDE por conta do Regime de Recuperação Fiscal, apresentado pelo governo golpista como saída para a crise fiscal do estado. A moção é em defesa aos três bancos, que atualmente desempenham papeis fundamentais para o desenvolvimento do Rio Grande do Sul e do Sul do Brasil.

Moção de Repudio ao ataque ao Estado Democrático e de Direito no Brasil defende a punição exemplar de casos de corrupção de todos os envolvidos e que se julgam acima da lei seja presidente, juiz, parlamentar ou empresário. Os bancários repudiam o uso político da operação lava-jato na esteira da consolidação do golpe institucional, com vistas às eleições 2018.

Nesse contexto, a Moção Liberdade para Vaccari Já! repudia a manutenção da prisão preventiva e exige a imediata liberdade a um dos membros do Comando Nacional dos Bancários da CUT, João Vaccari Neto. Vaccari também é um dos fundadores da Contraf-CUT e ex-presidente do Sindicato dos Bancários de São Paulo, Osasco e Região.

Em apoio ao ex-presidente Lula e sua condenação fraudulenta e sem provas, duas moções foram apresentadas, sendo uma delas com ênfase na ação popular para a anulação do impeachment.

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