Bancários do Rio paralisam Santander contra demissões e ataque a direitos

Os bancários do Santander fizeram nesta quarta-feira (20/12), um Dia Nacional de Paralisações e Mobilizações. Foi um protesto contra as demissões em massa e a precarização de inúmeros direitos, como a imposição da assinatura virtual de um banco de horas individual.

No Rio de Janeiro, os funcionários do banco espanhol marcaram a sua participação no protesto com uma forte paralisação no Centro da Cidade, com a adesão de 35 agências, dois prédios regionais e do Call Center. A adesão foi de 100%, segundo avaliação de Marcos Vicente, diretor do Sindicato dos Bancários do Rio de Janeiro e membro da Comissão de Organização dos Empregados (COE) do Santander. “Este protesto nacional foi uma resposta à altura da intransigência do banco, que se aproveita da confusão causada pela aprovação da reforma trabalhista para impor uma série de medidas passando por cima da Convenção Coletiva de Trabalho (CCT) e do Acordo Coletivo específico”, afirmou.

Marcos advertiu que novas mobilizações poderão acontecer até que o Santander recue das alterações trabalhistas e interrompa as demissões em massa. Lembrou que foram extintas até setembro deste ano 1.391 vagas, o que não se justifica, já que o lucro para este ano está sendo estimado em mais de R$ 10 bilhões. “É desta forma que o Santander paga pelo bom trabalho feito pelos bancários brasileiros que fizeram o Santander Brasil representar 25% do lucro mundial do grupo”, afirmou.

Para a presidenta do sindicato, Adriana Nalesso, o comportamento do Santander é um desrespeito com os funcionários. “O banco fez as mudanças sem negociar absolutamente nada, todas em prejuízo dos empregados. Sem contar as milhares de demissões em todo o país, mesmo com lucro de R$ 7,4 bilhões de janeiro a setembro”, observou.

Maria de Fátima Guimarães, também diretora do sindicato, argumentou que a artimanha do banco é se aproveitar das novas regras trabalhistas para rasgar o ACT e a CCT. “Mas, a adesão de hoje mostrou que os bancários estão cientes disto e vão à luta para defender seus direitos e postos de trabalho”, avaliou.

As mudanças
Sobre o banco de horas, o Santander está impondo regras de forma individual, obrigando os bancários a fazer uma assinatura eletrônica no Portal RH. Outras mudanças são o fracionamento das férias em até três períodos; a data de pagamento do salário que seria alterada do dia 20 para dia 30 de cada mês; e o mês de pagamento do 13º salário, que passaria de fevereiro e novembro, para maio e dezembro.

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