Brasília: Sindicato realiza seminário sobre saúde dos bancários

O Sindicato dos Bancários de Brasília realizará, na próxima terça-feira (19), o seminário “Você não está sozinho – cuidando do sofrimento no trabalho dos bancários”. O encontro, que acontecerá na sede da entidade, às 18h30, contará com palestra da professora doutora Ana Magnólia Mendes, coordenadora do Grupo de Estudos e Pesquisas em Saúde e Trabalho (Gepsat) da UnB, e da psicóloga Fernanda Duarte, responsável pelo acolhimento, estudo e pesquisa da Clínica do Trabalho do Sindicato.

A diretora de Saúde e Condições de Trabalho do Sindicato, Mônica Holanda, destaca que o alerta “Você não está sozinho” reflete a essência do tema do seminário e da “nossa ação sindical”. Segundo a dirigente sindical, “ao afirmar que a luta pelo direito à saúde e a uma vida digna no trabalho é feita coletiva e solidariamente, subverte a pretensão da nova (des)ordem do mercado de inverter valores como igualdade entre as pessoas, justiça e solidariedade, que inspiraram a Declaração dos Direitos Humanos e a nossa Constituição”.

“E no sentido de ampliar as ações de acolhimento e apoio àqueles que sofrem com a violência organizacional, o Sindicato promove o seminário para informar e mobilizar a categoria quanto ao direito à saúde e a condições de trabalho dignos”, complementa Mônica.

Lançamento da cartilha
Na ocasião haverá o lançamento da cartilha “Você não está sozinho – cuidando do sofrimento no trabalho dos bancários”, de autoria do Sindicato, que apresenta dados da pesquisa da Clínica do Trabalho cujo objetivo é possibilitar ao bancário identificar situação de risco que pode levá-lo ao adoecimento ou ajudar um colega que esteja passando pelo mesmo problema.

De acordo com dados da cartilha, entre as questões que mais incomodam os bancários que buscam ajuda no Sindicato estão a falta de reconhecimento no trabalho, sensação de trair a si mesmo, sobrecarga, metas abusivas e deterioração das relações socioprofissionais.

Dos sintomas mais citados pelos bancários, estão: vontade de desistir de tudo (53,20%), sentimento de que não vale a pena viver (38%) e pensar em morrer (29,10%). De acordo com a Organização Mundial de Saúde (OMS), o suicídio tem se tornado um problema de saúde pública mundial.

“Essa situação nos preocupa e nos exige uma atenção maior para com a prevenção. Buscar ajuda é de fundamental importância para se diagnosticar o problema e buscar uma solução. É essencial que a pessoa confie que não está sozinho nesta luta. Esse é o papel do Sindicato”, afirma a secretária de Saúde.

Campanha Setembro Amarelo
O seminário insere-se também na programação da Campanha Setembro Amarelo, mês dedicado à atenção e prevenção ao suicídio. “Um problema de saúde pública que vive atualmente a situação do tabu e do aumento de suas vítimas é o suicídio. Pelos números oficiais, são 32 brasileiros mortos por dia, taxa superior às vítimas da aids e da maioria dos tipos de câncer. Tem sido um mal silencioso, pois as pessoas fogem do assunto e, por medo ou desconhecimento, não veem os sinais de que uma pessoa próxima está com ideias suicidas”, alerta a campanha, no site setembroamarelo.org.br.

A OMS estima que ocorram, no Brasil, cerca de 12 mil suicídios por ano. No mundo são mais de 800 mil ocorrências, isto é, uma morte por suicídio a cada 40 segundos, conforme o primeiro relatório mundial sobre o tema, divulgado pela Organização em 2014. Daí a importância de divulgar e debater o assunto, instruindo a todos sobre a necessidade de buscar ajuda profissional.

“A esperança é o fato de que, segundo a OMS, 9 em cada 10 casos poderiam ser prevenidos. É necessário a pessoa buscar ajuda e atenção de quem está à sua volta", diz outro trecho do site.

Mobilização e negociação
O seminário antecede a reunião entre o Comando Nacional dos Bancários com a Federação Nacional dos Bancos (Fenaban), no dia 20, dando continuidade às negociações da Comissão Bipartite de Saúde no Trabalho.

Além da crescente pressão dos bancos por metas abusivas e introdução de novas tecnologias, os bancários sofrem com a retirada de direitos e com a precarização do trabalho advindas da terceirização e da reforma trabalhista, que ameaçam o emprego e as condições de trabalho”, afirma Wadson Boaventura, diretor da Fetec-CUT/CN.

Wadson conclama a categoria a usar a cor amarela em apoio à Campanha Setembro Amarelo no dia da negociação sobre saúde. “Precisamos pressionar os bancos para avançarmos nas cláusulas sobre saúde. A saúde é um direito universal, indissociável do direito à vida!”, defende.

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