Correspondente banc rio precariza atendimento e explora empregados

(Fortaleza) Os correspondentes bancários foram criados há cinco anos sob o argumento de melhorar o atendimento à população desbancarizada, inclusive com atuação mais próxima da clientela. Mais uma vez, o discurso dos banqueiros não é posto em prática. Na realidade, o que se implantou foi um serviço de precarização do trabalho nas agências bancárias.

 

A bancarização, como vem sendo conduzida, só gera desemprego e um serviço de péssima qualidade para a população em geral. Os bancos estão criando clientes de segunda classe, que deveriam ser atendidos nas agências bancárias, como qualquer outro cliente, de maneira adequada e com segurança.

 

Os correspondentes bancários constituem-se na verdade, um veículo de burla a legislação trabalhista. Seus empregados recebem baixos salários para realizarem o trabalho dos bancários e muitas vezes sequer têm carteira assinada. Enquanto isso, milhares de postos de trabalhos nas agências bancárias são suprimidos. Tudo isso para alimentar a ganância dos banqueiros, que apesar dos lucros altos, como é o caso do Bradesco e Itaú, mantém o desrespeito com seus funcionários.

 

O Sindicato dos Bancários do Ceará, vem denunciando esse abuso e cobrando a regulamentação desses serviços e o enquadramento dos funcionários desses correspondentes como bancários. O Banco Central é conivente com a situação na medida em que mantém o processo de bancarização nos mesmos moldes dos governos anteriores.

 

Classes A e B são o alvo

O serviço de correspondente bancário, em cinco anos, zerou o número de municípios sem banco e já atua com uma nova meta: atingir maior percentual das classes A e B. O sistema, criado inicialmente para estreitar o relacionamento entre a população de baixa renda e as instituições financeiras, alcançará nos próximos meses mais espaço em ambientes como shoppings, lojas de automóveis e outros lugares freqüentados por quem tem maior poder aquisitivo.

 

De acordo com dados de pesquisa do Relatório Bancário, realizada com 58 executivos de 28 bancos, 36% das instituições que adotam os correspondentes em estabelecimentos comerciais já consideram a oferta de parcerias com esses pontos para as classes A e B. O assunto é considerado prioridade média para essas empresas que ainda têm as camadas D e E como foco principal.

 

Novos serviços, além dos convencionais pagamentos, devem ser incorporados aos correspondentes, como venda de seguros e títulos da capitalização. Cerca de 15% das instituições, ainda com base na pesquisa, devem receber propostas de abertura de contas e 18% irão aceitar saques no caixa comercial, conforme ocorre nas lotéricas.

 

Fonte: Carolina Blum – Sindicato dos Bancários do Ceará

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