Fipe apura infla‡Æo abaixo da meta oficial em 2006

(São Paulo) O Índice de Preços ao Consumidor (IPC), medido pela Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas (Fipe), acumulou alta de 2,55% ao longo de 2006, ficando bem abaixo da meta oficial, que era de 4,5%. Foi a menor taxa desde 1998, quando houve deflação de -1,79%.

 

De acordo com o coordenador-adjunto da pesquisa de preços da Fipe, Juarez Rizzieri, os principais fatores para manutenção do índice em baixa foram “a política de juros altos e o câmbio”.

 

Para 2007, a previsão de Rizzieri é de que a inflação vá subir um pouco, talvez acrescida em até 1%. “Ainda assim,  nossa sinalização é de um resultado positivo, já que, em nossa previsão, a taxa ficará inferior à meta oficial”, salientou Rizzieri.

 

Segundo projeções do Conselho Monetário Nacional (CMN), neste ano, a inflação deve alcançar 4,5%, a mesma meta fixada para 2006. Entre os motivos que levam o economista da Fipe a apontar ligeira aceleração na taxa de inflação apurada na cidade de São Paulo, estão as expectativas de ajustes em alguns preços administrados pelo setor público, como tarifas de energia elétrica, que estavam depreciados em até 2,61%, e de telecomunicações, no caso o telefone fixo, com preço em queda de 1,73%.

 

Além disso, ele prevê a possibilidade de a inflação ser ainda pressionada pelo aumento de demanda nas áreas de serviços (mecânico, cabeleireiros e outros) à medida em que se eleve a massa salarial. No final de dezembro, governo e centrais sindicais fecharam um acordo que prevê o aumento do salário mínimo em R$ 380, a partir de abril próximo.

 

Em dezembro, o IPC subiu 1,04%, puxado principalmente pelo grupo Transporte, com alta 4,73% e, no ano, um acumulado de 7,25%. Para Rizzieri, o que pesou nas despesas de famílias com renda entre um e 20 salários mínimos, universo pesquisado pela Fipe, foi o reajuste das tarifas do transporte coletivo. Os bilhetes do metrô e dos trens urbanos subiram de R$ 2,10 para R$ 2,30 e o do ônibus, de R$ 2,00 para R$ 2,30. Apesar de o preço do álcool combustível ter subido nos últimos dias, por causa da entressafra, Rizzieri não acredita que isso pressione o IPC.

 

Os demais grupos tiveram as seguintes variações em dezembro último: Habitação: 0,17%, Alimentação (-0,07%), Despesas Pessoais 1,53%, Saúde 0,46%, Vestuário 0,70%, Educação 0,05%.

 

Fonte: Agência Brasil

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