GT de abertura remota de agências concluiu os trabalhos

O Grupo de Trabalho sobre Abertura Remota de Agências realizou nesta quarta-feira (17), sua reunião final. O GT, formado pela Comissão Consultiva para Assuntos de Segurança Privada (CCASP) para dar andamento nas discussões sobre o tema, elaborou um documento com recomendações que podem diminuir a ocorrência dos sequestros de bancários e seus familiares com o intuito de forçar a abertura de agências e cofres das agências bancárias, que será apresentado na próxima reunião da CCASP, em Brasília, agendada para o dia 31 de maio.

“Diferentemente do que defende a Fenaban (Federação Nacional dos Bancos), a Contraf-CUT entende que a combinação de mecanismos já utilizados por diferentes bancos, podem diminuir a ocorrência deste tipo de crime”, disse Sandro Mattos, coordenador do GT e representante da Confederação Nacional dos Trabalhadores do Ramo Financeiro (Contraf-CUT). “A Fenaban defende que cada banco tenha a liberdade de escolha dos seus sistemas de segurança”, completou o dirigente sindical.

O grupo vai propor para a Polícia Federal a obrigatoriedade de os bancos utilizarem, de maneira combinada, o sistema de abertura remota das agências já utilizado pela Caixa Econômica Federal, dos cofres compartimentados utilizados pelo Banco do Brasil e pelo Banco da Amazônia (Basa), além dos cofres individualizados nos caixas, utilizado pelo Itaú.

O sistema de abertura remota da Caixa permite a utilização da biometria para a abertura das agências pelos vigilantes. Havendo falha na biometria, a abertura é realizada com o número da matrícula do vigilante, tudo acompanhado por centrais de monitoramento regionalizado.

“A adoção da abertura remota das agências possibilita a retirada da guarda das chaves das agências das mãos dos bancários. É muito importante para mitigar o risco de ações criminosas caracterizada pela extorsão mediante sequestro dos familiares da vítima, denominado no jargão policial como ‘sapatinho’”, explicou João Rufino, outro representante da Contraf-CUT na reunião.

O sistema utilizado pelo BB e pelo Basa para evitar a extorsão mediante sequestro exige o investimento para a instalação de cofres com compartimentos internos dentro de um cofre maior. Os bancários só têm acesso a esses compartimentos com uma senha randômica combinada com uma autorização de uma central de monitoramento, sendo que em qualquer tentativa de acesso ao numerário, seja pelo responsável no banco ou de um criminoso, as cédulas seriam imediatamente destruídas (tintura de cédulas e destruição das mesmas dentro do próprio cofre).

“Embora o processo seja muito avançado, ele tem necessidade de aperfeiçoamentos. Há vários tipos de detectores, vibração, calor, inclinação etc. Isso pode levar ao acionamento não intencional do sistema de segurança, causado danos desnecessários e injustificáveis”, explicou Mattos.

O terceiro mecanismo a ser utilizado é a adoção dos cofres individualizados ao lado de cada caixa da agência utilizados pelo Itaú. Com isso, é possível retirar grande parte dos numerários da tesouraria das agências.

Restrição de acesso
O GT solicitou autorização à Fenaban para que os membros do grupo efetuassem visitas aos setores de segurança dos bancos a fim de conhecer os diferentes sistemas utilizados pelos bancos. As visitas não foram autorizadas, mesmo após o grupo ter solicitado a interferência da Polícia Federal. Com isso, o trabalho ficou restrito ao que foi apresentado pela Contraf-CUT e seu conhecimento dos sistemas utilizados pelo BB, Caixa e Itaú.

“A abertura remota seria o ideal, mas o sistema da Caixa precisa ser aprimorado para salvaguardar a exposição do vigilante devido ao risco, devendo ser estudados mecanismos para não expor o trabalhador vigilante ao risco da abertura. Os mecanismos aplicados pelo BB, Basa e Itaú também são eficazes. Mas, além disso, é preciso que haja alteração da legislação, com punição mais rigorosa para crimes contra vigilantes e transportes de valores e para porte de armas de uso restrito”, explicou o coordenador do GT.

Além dos representantes da Contraf-CUT, também participaram da reunião representantes da Confederação Nacional de Vigilantes e Prestadores de Serviços de Transportes de Valores (CNTV), da Fenaban e da Associação Brasileira das Empresas de Transportes de Valores (ABTV).

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