Oficina tira linhas de preven‡Æo e combate …s doen‡as ocupacionais

(Brasília) A Oficina de Capacitação em Gestão da Saúde do Trabalhador, realizada pelo Sindicato de Brasília em parceria com a Federação Centro-Norte e com o apoio da Contraf-CUT, terminou nesta quarta-feira, 6 de dezembro, após dois dias de debates, com discussões sobre assédio moral e como promover a saúde no ambiente de trabalho, além de aprovar uma série de resoluções que objetivam prevenir e combater as doenças ocupacionais.

 

Entre as resoluções aprovadas estão: instrumentalizar a categoria para fazer uma auto-avaliação da sua saúde direcionando esse processo para ações coletivas; estreitar as relações com universidades, ONGs e órgãos gestores de políticas públicas e privadas na área de saúde; interferir na organização e no ambiente de trabalho com base em estudos e pesquisas com vistas à formulação de políticas de prevenção de doenças ocupacionais; e conscientizar a categoria para a importância da denúncia da prática do assédio moral, criando canais adequados para isso.

 

“São decisões que vão na direção das demandas da categoria bancária e que servirão de norte para a elaboração de propostas concretas na área de saúde para os trabalhadores do sistema financeiro”, destacou a secretária de Saúde do Sindicato de Brasília, Louraci Morais.

 

O painel sobre assédio moral, apresentado pelas professoras do Instituto de Psicologia da UnB Ana Magnólia e da Universidade Federal do Paraná Lis Andréa Soboll abordou a origem, as ocorrências, os mecanismos envolvidos e as conseqüências ligados à prática do assédio moral.

 

Elas destacaram que o surgimento de casos de assédio moral está intimamente ligado a um ambiente de trabalho marcado por uma rotina de constrangimentos, pressões constantes, humilhações, isolamentos e ameaças. Tudo isso, misturado e em conjunto, de acordo com elas, resulta em descompensações emocionais e mal-estar no trabalho, criando as condições necessárias para o aparecimento de doenças ocupacionais.

 

“O assédio moral se caracteriza pelas agressões psicológicas, freqüentes e repetitivas, pelo abuso de poder e pela intencionalidade de prejudicar e excluir, atingindo a dignidade e a saúde da vítima”, alertou Lis Andréa, lembrando que o assédio moral é apenas a ponta de um iceberg, ou seja, quando ele chega a acontecer é porque várias agressões já se concretizaram.

 

Mas nem tudo é assédio moral, alertam as especialistas. “O que diferencia essa prática em particular é a repetitividade e a intencionalidade de prejudicar, com vistas à eliminação. Existem outras formas de violência psicológica”, afirmou Ana Magnólia. Dentre outros tipos de violência relacionados ao trabalho estão a discriminação, a violência organizacional, como a prática de gestão degradante, e a sexual.

 

E como atuação preventiva e estratégias de combate ao assédio moral estão a aplicação de instrumentos como a cooperação, a sensibilidade com a situação do outro, a adoção de mudanças na organização do trabalho, a adoções de políticas sindicais efetivas, além, claro, da denúncia.

 

“É muito importante que os bancários vítimas dessa prática perversa continuem a denunciar seus agressores ao Sindicato. Sem isso, os trabalhos de prevenção e combate da entidade ficam extremamente prejudicados”, lembrou a diretora do Sindicato Louraci Morais.


Saúde no local de trabalho

À tarde, a Oficina girou em torno do recorte temático “Como promover a saúde?”, que discutiu como aliar ambiente de trabalho saudável e produtividade. Para isso, segundo Ana Magnólia e Lis Soboll, é preciso que diversos ingredientes estejam reunidos.

 

“Para a promoção de uma local de trabalho com trabalhadores saudáveis, a cultura organizacional da empresa deve apresentar na cartilha uma gestão pautada pela comunicação precisa entre os funcionários, pela análise, crítica e proposições e que adote medidas estratégicas de prevenção”, afirmaram.

 

Em seguida, antes do encerramento da Oficina, os participantes debateram em grupo como desenvolver políticas e ações de prevenção de doenças ligadas a atividades laborais e o papel dos sindicatos, dos dirigentes e cipeiros na gestão de saúde do trabalhador.

 

Fonte: Seeb Brasília

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