Votação ainda nem começou e o clima ‘esquentou’ em Brasília

O senador Eunício de Oliveira, presidente do Senado, por volta do meio-dia desta terça-feira (11) interrompeu a sessão que estava sendo presidida pela senadora Fátima Bezerra (PT-RN).

Bastante irritado, Eunício arrancou o microfone da lapela do vestido da senadora e anunciou: – "A sessão está suspensa até que eu volte ocupar a cadeira da presidência". Imediatamente, a TV Senado interrompeu a transmissão ao vivo do plenário e passou a transmitir uma reunião da Comissão de Educação, Cultura e Esporte.

Como a senadora Fátima Bezerra recusou-se a sair da cadeira que ocupava, Eunício determinou que todos os microfones fossem desligados e que as luzes do plenário fossem apagadas.

Pouco depois das 10 horas, as senadoras Gleise Hoffmann (PT-PR), Fátima Bezerra (PT-RN), Lídice da Mata (PSB-BA), Regina Sousa (PT-PI) e Vanessa Grazziotin (PCdoB-AM) ocuparam a mesa do Senado e conduziram a sessão por cerca de duas horas, abrindo o microfone da tribuna para protestos e denúncias da gravidade do erro que será a aprovação da reforma trabalhista. Nesse período, a maior parte da sessão foi conduzida pela senadora Fátima Bezerra.

Vagner Freitas barrado
Enquanto presidia a sessão, a senadora Fátima denunciou que a segurança do Senado não estava permitindo o acesso às galerias e que também os dirigentes das centrais sindicais estavam sendo barrados e impedidos de se aproximar do plenário.

O presidente da CUT, protestou contra decisão autoritária de Eunício de Oliveira, que impediu a entrada de sindicalistas que queriam acompanhar a votação da Reforma Trabalhista. Para Vagner Freitas, uma corja de ladrões, essa quadrilha de Temer e seus comparsas, querem concluir o golpe que começou com a retirada de Dilma, mas só se concluirá com a retirada de direitos trabalhistas e previdenciários.

Por voltas das 13h20, os dirigentes sindicais foram atacados pela segurança do Senado com empurrões, tapas e até arma de choque.

Vigília em frente ao Congresso
Mais cedo, uma vigília de trabalhadores e trabalhadoras aconteceu em frente ao Congresso Nacional em Brasília e atos por todo país lutam para barrar este retrocesso para a classe trabalhadora nesta terça (11).

A Reforma, que de reforma não tem nada, é um desmonte das leis trabalhistas no país pode ser votada a qualquer momento. A proposta do presidente ilegítimo de Michel Temer e seus aliados acaba com direitos duramente conquistados, como o salário mínimo, 13º, férias, descanso remunerado, entre outros.

A secretária de Relações do Trabalho da CUT, Graça Costa, está na vigília e diz que tentando liberar a entrada nas galerias do Senado Federal, mas estão sendo impedidos.

“Fecharam as portas do Congresso para a classe trabalhadora, para o povo brasileiro e para o debate. E quando a gente entra não podemos nos manifestar. Tem que ficar calado, se não colocam pra fora. Isso não é democracia”, afirmou.

Graça destaca na página do facebook da CUT que vão entrar no Senado porque os dirigentes têm uma liberação do STF (Supremo Tribunal Federal) para defender a classe trabalhadora porque se esta proposta passar não teremos como reverter esta situação.

“Vai colocar o povo brasileiro numa situação muito difícil, porque não é só uma questão trabalhista é uma questão de economia. É uma questão de desenvolvimento do país. Os trabalhadores vão ter redução de seus salários e de seus direitos e isso tem um impacto salarial e, portanto, na economia. A CUT tá aqui para barrar este retrocesso para a classe trabalhadora e para o país”, finalizou.

Em várias cidades, como Belém, Brasília, ABC Paulista e várias capitais brasileiras fazem atos pra informar a população das tragédias deste desmonte da CLT.

Na pressão
Até o momento da votação, continua sendo muito importante manter pressão máxima sobre os senadores nas redes sociais. Para isso, o site NA PRESSÃO, lançado recentemente pela CUT, tem uma campanha específica para a Reforma Trabalhista, que proporciona acesso direto a todos os canais e redes sociais dos senadores, além de informar a posição de cada senador sobre a reforma.

Confira os locais onde os manifestantes irão se reunir nesta terça-feira (11):
Rio Grande do Sul
14h: Praça da Matriz (Sede do PP)

Pará
7h30 às 12h: Na sede do Banco da Amazônia em Belém , na Avenida Ponte Vargas

Bahia
14h: Praça da Piedade

Paraná
10h: Terminal Guadalupe

Rio de Janeiro
9h às 12h: Calçadão de Campo Grande

São Paulo:
9h: Rua Martins Fontes

Sergipe:
9h: Calçadão João Pessoa, em frente a Caixa Econômica Federal

Brasília
10h: Senado Federal

Minas Gerais
17h: Praça Sete

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